quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O maior desastre da história da medicina

Jerry Borges fala sobre os efeitos nocivos do uso da talidomida por gestantes no fim dos anos 1950 e destaca estudos recentes para desvendar a ação da droga no organismo e desenvolver fármacos similares e seguros para o combate de várias doenças.

Por: Jerry Carvalho Borges

Publicado em 31/12/2009 | Atualizado em 31/12/2009

O maior desastre da história da medicina

Malformação congênita dos pés de uma criança causada pelo uso materno de talidomida durante a gestação (foto: Otis Historical Archives National Museum of Health and Medicine).

A simples menção à talidomida causa medo em muitas pessoas até hoje, embora 50 anos tenham se passado desde que essa droga causou o maior desastre da história da medicina. Apesar de esse triste episódio ter ocorrido há tanto tempo, somente agora a ciência começa a desvendar os mistérios associados ao uso indevido desse composto.

A talidomida (C13H10N2O4) foi originalmente desenvolvida em 1957 pela companhia farmacêutica alemã Chemie-Grünenthal. Os estudos realizados na época indicaram que a talidomida era um medicamento que apresentava baixo risco de intoxicação, sendo considerado seguro e com poucos efeitos colaterais e podendo inclusive ser adquirido sem a necessidade de prescrição médica.

Além disso, os testes indicavam que essa droga poderia ser empregada no tratamento de uma infinidade de problemas, desde irritabilidade e baixa concentração até ansiedade, insônia, hipertireoidismo e doenças infecciosas. Contudo, seu uso popularizou-se como droga efetiva para o combate aos enjoos matinais que ocorrem frequentemente no início da gravidez (de 4 a 10 semanas).

A talidomida popularizou-se como droga para o combate aos enjoos matinais do início da gravidez

O emprego da talidomida disseminou-se e essa droga passou a ser utilizada em 46 países, alcançando rapidamente níveis de venda extraordinários. Somente na Alemanha, por exemplo, foram vendidas quase 15 toneladas de caixas de talidomida apenas em 1961.

Entretanto, inexplicavelmente a avaliação da talidomida realizada na época não teve abrangência suficiente, pois não foram realizados testes de teratogenicidade, ou seja, possibilidade de desenvolvimento de anomalias que levassem a malformações fetais. E, após algum tempo, essa falha mostrou seus resultados.

O primeiro caso conhecido de malformação congênita relacionada ao consumo de talidomida foi registrado na Alemanha logo após o início de sua comercialização e afetou, coincidentemente, um filho de um trabalhador da própria Chemie-Grünenthal. Nos anos seguintes, os casos de anomalias relacionadas com esse fármaco multiplicaram-se e, em 1961, tornou-se claro que a talidomida estava associada ao aumento significativo do número de defeitos teratogênicos em recém-nascidos.

Essas deformidades caracterizam-se por defeitos no desenvolvimento dos ossos longos dos membros superiores e inferiores. Contudo, a talidomida também está associada a problemas oculares e auditivos – como microftalmia e síndrome dos olhos de gato ou coloboma –, anomalias genitais, neuropatias periféricas e defeitos nos órgãos internos, particularmente nos rins, pulmões, intestino e coração.

Estima-se que mais de 10 mil crianças tenham sido afetadas pelo uso da talidomida. Um número elevado e incalculável de abortos também pode ter sido causado pela droga. Pesquisas realizadas posteriormente indicaram que esse fármaco não é mutagênico e não causa defeitos hereditários.

Mecanismos de ação da talidomida

A compreensão dos mecanismos de ação da talidomida é dificultada devido à bioquímica complexa e às ações múltiplas dessa droga. A talidomida tem dois anéis amida e é considerada um derivado do ácido glutâmico. Em condições fisiológicas, existem duas formas de talidomida com estruturas espaciais diferentes (isômeros), que apresentam propriedades biológicas diferenciadas.

Talidomida
A talidomida pode apresentar duas estruturas diferentes, com propriedades biológicas diferenciadas (imagem: Ben Mills).

Uma dessas formas, conhecida como isômero S(-), é responsável pelos efeitos teratogênicos da talidomida, enquanto a outra, o isômero R(+), parece atuar como sedativo. Contudo, devido à capacidade que essas duas variantes de talidomida têm de se converter uma na outra, não é possível, por exemplo, utilizar terapeuticamente apenas o isômero R(+).

Para ser ativada, a talidomida precisa ser quebrada por diversas enzimas do grupo citocromo P450, o que gera cerca de 20 subprodutos metabólicos. Apesar de existirem indícios de que esses compostos estão associados a diversos eventos fisiológicos, ainda se conhece muito pouco sobre eles.

A taxa de mortalidade das crianças expostas à talidomida durante seu desenvolvimento embrionário é muito elevada – maior que 40% antes do primeiro ano de vida –, devido principalmente a defeitos no coração e rins. Cerca de 90% das crianças sobreviventes apresentam defeitos no desenvolvimento de seus membros.

Prejuízos à formação dos membros

A formação dos membros é um processo complexo e que ocorre quando o plano corporal já está estabelecido e os principais órgãos e tecidos já estão formados. Na espécie humana, o desenvolvimento dos membros se estende entre a 4ª (dia 23) e a 9ª semanas (dia 55) após a fertilização e ocorre das regiões proximais (úmero e fêmur) para as porções distais (dígitos).

Defeitos nos membros são verificados em mães expostas à talidomida entre o 20º e o 36º dias após a fertilização (ou entre o 34º e o 50º dias após o último ciclo menstrual). A ingestão de um único comprido de talidomida durante esse período é suficiente para causar defeitos no feto.

Exposições à talidomida antes do desenvolvimento dos membros resultam em defeitos maiores, enquanto o uso da droga em um período posterior pode ter consequências menos drásticas, afetando apenas a formação dos dedos, por exemplo.

Malformação congênita
Foto de 1962 de um bebê com defeitos nos membros decorrentes do uso de talidomida durante o desenvolvimento embrionário (foto: National Cancer Institute).

O processo de desenvolvimento embrionário dos membros é altamente regulado e apresenta uma série de eventos que podem ser afetados pela ação da talidomida, originando diversos defeitos congênitos, que vão desde a perda total dos membros (amelia), passando pelo seu encurtamento (focomelia), até a perda de dedos.

Na maioria dos pacientes, a talidomida afeta ambos os braços e, em algumas pessoas, braços e pernas são igualmente atingidos. Anomalias apenas nos membros inferiores são mais raras, talvez porque estes se desenvolvam posteriormente.

Mas por que a talidomida afeta apenas a formação dos membros e alguns órgãos específicos e não apresenta uma ação mais disseminada sobre o organismo? E por que essa droga é efetiva apenas durante uma etapa do desenvolvimento embrionário? Algumas pistas obtidas recentemente podem auxiliar na compreensão da ação da talidomida no organismo.

A talidomida destrói vasos sanguíneos imaturos e impede a extensão de vasos já formados, dois fatores devastadores para tecidos em crescimento acelerado e que precisam formar e ampliar sua irrigação sanguínea para nutrir as células em mitose. Esse é o caso dos braços e pernas durante a 4ª e a 9ª semanas de desenvolvimento embrionário.

Alterações no padrão de expressão de alguns genes envolvidos com a sinalização celular, como aqueles que expressam os fatores de crescimento de fibroblastos Fgf8 e Fgf10 (associados com elevações da morte celular programada ou apoptose das células dos tecidos dos membros em desenvolvimento), também parecem estar envolvidas na ação da talidomida durante o período embrionário.

Há indícios de que, durante as semanas em que a talidomida causa seus efeitos nocivos sobre os membros em desenvolvimento, a maior parte dos tecidos do organismo apresenta vasos sanguíneos mais maduros e, portanto, são menos afetados pela ação desse fármaco. Se essa teoria estiver correta, também ficará esclarecido por que a adição dessa droga em um período prévio causa defeitos disseminados e contribui para uma mortalidade elevada e por que exposições posteriores são menos lesivas.

A 'redescoberta' da talidomida

Como o mundo dá voltas, a talidomida voltou ao receituário médico recentemente – apesar de ter sido banida em 1962 –, sendo empregada como medicamento sedativo, anti-inflamatório e hipnótico e no combate a hanseníase, doença de Crohn, Aids e alguns tipos de câncer.

Apesar dos terríveis efeitos colaterais, a talidomida é um composto promissor para o combate de diversas doenças

Apesar dos seus terríveis efeitos colaterais, a talidomida é inegavelmente um composto promissor para o combate de diversas enfermidades. Por isso, a ciência tem se dedicado nos últimos anos a criar compostos sintéticos que tenham as funções da talidomida, mas que não possuam seus efeitos nocivos.

Mais de cem substâncias sintéticas estruturalmente similares à talidomida, como a lenalidomida, têm sido produzidas. Algumas dessas têm sido utilizadas no combate a alguns tipos de câncer, como o mieloma múltiplo. Outro desses análogos, conhecido como CPS49, também é utilizado na terapia antitumoral, devido a sua capacidade de impedir a formação de vasos sanguíneos em tecidos-alvo.

À medida que a ciência entenda melhor os mecanismos de ação da talidomida, poderão ser criados medicamentos baseados em análogos sintéticos da talidomida que sejam realmente seguros e extremamente úteis para o combate de uma série de doenças. Assim, poderemos novamente nos render aos encantos dessa velha senhora, evitando a sua cólera.

Jerry Carvalho Borges
Departamento de Medicina Veterinária
Universidade Federal de Lavras

Sugestões para leitura

Hashimoto,Y. (2008). Thalidomide as a multi-template for development of biologically active compounds. Arch. Pharm. (Weinheim) 341, 536-547.
Knobloch,J. and Ruther,U. (2008). Shedding light on an old mystery: thalidomide suppresses survival pathways to induce limb defects. Cell Cycle 7, 1121-1127.
Melchert,M. and List,A. (2007). The thalidomide saga. Int. J. Biochem. Cell Biol. 39, 1489-1499.
Palumbo,A., Facon,T., Sonneveld,P., Blade,J., Offidani,M., Gay,F., Moreau,P., Waage,A., Spencer,A., Ludwig,H., Boccadoro,M., and Harousseau,J.L. (2008). Thalidomide for treatment of multiple myeloma: 10 years later. Blood 111, 3968-3977.
Paravar,T. and Lee,D.J. (2008). Thalidomide: mechanisms of action. Int. Rev. Immunol. 27, 111-135.
Therapontos,C., Erskine,L., Gardner,E.R., Figg,W.D., and Vargesson,N. (2009). Thalidomide induces limb defects by preventing angiogenic outgrowth during early limb formation. Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A 106, 8573-8578.
Vargesson,N. (2009). Thalidomide-induced limb defects: resolving a 50-year-old puzzle. Bioessays 31, 1327-1336.

FONTE: http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/por-dentro-das-celulas/o-maior-desastre-da-historia-da-medicina

sexta-feira, 24 de julho de 2009

terça-feira, 7 de outubro de 2008

O CITOPLASMA DAS CÉLULAS EUCARIÓTICAS

Ele é composto pelo hialoplasma, pelos orgânulos e pelas inclusões (gotas de lipídios, grânulos de proteína, pigmentos, cristais)

I - Hialoplasma (citoplasma fundamental)

*Sustância coloidal gelatinosa, amorfa (sem forma definida).
*Apresenta-se em estado sol (fluido) ou gel (viscoso).
*Ectoplasma: região periférica (normalmente gel).
*Endoplasma: região interna (normalmente sol).
*Composição: água, proteínas, sais, aminoácidos, monossacarídeos etc.
*Funções: Preenchimento e sede de reações químicas.

Movimentos Ciclose: movimento orientado da parte sol
Ocorre em todas as células eucariontes.
Movimento amebóide: formação de pseudópodes.
Ocorre em amebas e leucócitos.

Citoesqueleto: rede de filamentos que percorre o hialoplasma
Filamentos: microfilamentos de actina e microtúbulos de tubulina.
Função: movimentos celulares (ciclose, movimentos amebóides, migração dos cromossomos, batimento de cílios e flagelos)

II - Orgânulos

Ribossomos

*Formado por 2 subunidades de tamanhos diferentes
*Composição: RNAr e proteínas.
*Encontram-se soltos ou ligados às membranas do R.E. (Retículo Endoplasmático)
*Polirribossomo: vários ribossomos aderidos a uma mesma molécula de RNAm


Retículo Endoplasmático

*Rede de membranas duplas lipoprotéicas formando sacos achatados (cisternas), vacúolos, vesículas e túbulos.
*Uma forma pode transformar-se em outra (polimorfismo dinâmico)
*Tipos:
R. E. Liso e R.E. Rugoso (ergastoplasma): apresenta ribossomos aderidos ao lado externo. É, também, chamado de Retículo Endoplasmático Granuloso (REG).
Funções:
-Transporte de substâncias.
-Armazenamento de substâncias.
- Facilitação de reações químicas.
- Síntese de lipídios (triglicerídeos, fosfolipídios, esteróides).
- Síntese de proteínas (apenas o ergastoplasma).

Sistema Golgiense (complexo de Golgi)

*Descoberto em 1898 por Camilo Golgi.
*um conjunto de dictiossomos.
*Dictiossomos: pilhas de 4 ou mais sacos membranosos achatados dispostos paralelamente. Estes podem produzir vesículas.
Em vegetais e invertebrados: sem posição fixa na célula; distribuídos de maneira uniforme
Em vertebrados: agrupam-se numa região específica

Funções:
- Armazenamento, empacotamento e secreção de substâncias.
-Síntese de substâncias (polissacarídeos).
-Formação do acrossomo (vesícula com enzimas que digerem membranas do óvulo) dos espermatozóides.
-Formação da lamela média (parede que separa 2 células vegetais recém-formadas).
-Formação dos lisossomos.


Lisossomos

*Descobertos por Christian De Duve em 1955.
*Vesículas membranosas contendo enzimas digestivas.
Função: Digestão intracelular.
- Heterofagia: digestão de material extracelular.
- Autofagia: digestão de material da própria célula Ex.: organelas fora de uso.
-Autólise: destruição da célula por rompimento dos lisossomos Ex.: regressão da cauda do girino; silicose.

O Processo de digestão

*digestivas são produzidas no RER e enviadas ao Complexo de Golgi.
*Complexo de Golgi empacota as enzimas em vesículas (lisossomo primário).
*Vacúolo alimentar: bolsa contendo o material a ser digerido.
- Fagossomo: contém material fagocitado.
- Pinossomo: contém material pinocitado
- Vacúolo autofágico: contém material da própria célula que será digerido.
*Vacúolo digestivo (lisossomo secundário): vacúolo alimentar fundido ao lisossomo primário.
*Nutrientes resultantes da digestão são enviados ao hialoplasma.
*Vacúolo residual: contém os restos do processo digestivo Resíduos podem ser eliminados da célula (clasmocitose).


Peroxissomos

*Vesículas membranosas contendo enzimas diversas.
*As principais enzimas encontradas são as peroxidases.
Exemplo: catalase
*Facilita a decomposição da água oxigenada (peróxido de hidrogênio)
*Ocorre em todos os tecidos vivos.
*No fígado atuam na degradação de substâncias tóxicas (álcool, drogas).

Mitocôndrias

*Apresenta duas membranas lipoprotéicas.
- Uma externa, lisa.
- Uma interna, com dobras (cristas mitocondriais).

*mitocondrial: substância coloidal que preenche a mitocôndria.
*Função: respiração celular.


Plastos

*Estruturas membranosas típicas de células vegetais.
*Leucoplastos: incolores; geralmente armazenam reservas alimentares.
-Amiloplastos: armazenam amido
-Proteoplastos: armazenam proteínas
-Oleoplastos: armazenam óleos
*Cromoplastos: apresentam pigmentos; atuam como filtros protetores.
- Xantoplastos: contém xantofila, pigmento carotenóide amarelo. Ocorrência: mamão, cenoura.
-Eritroplastos: contém licopeno, pigmento carotenóide vermelho Ocorrência: tomate.
*Cloroplastos
-Apresenta duas membranas lipoprotéicas:
Uma externa, lisa.
Uma interna, com invaginações, os tilacóides.
-Tilacóides: bolsas achatadas contendo clorofila.
-Lamelas: comunicam os tilacóides.
-Granum: pilha de tilacóides.
-Grana: conjunto de granum do cloroplasto.
-Estroma: substância que preenche o cloroplasto.
-Função: fotossíntese.

Centríolos

* Visíveis ao microscópio eletrônico.
*Normalmente um par por célula.
-Um centríolo situa-se perpendicularmente ao outro.
-Não ocorrem em vegetais superiores.
*Cilindros formados por 9 trincas de microtúbulos.
*Funções: Formação das fibras do fuso de divisão celular e formação de cílios e flagelos.


Cílios

*Normalmente pequenos e em grande número.
*Ocorrência: protozoários (locomoção), epitélio traqueal.
*Componentes: Haste: projeta-se para fora da célula.
*Corpúsculo basal: estrutura idêntica ao centríolo. Este gera a movimentação.
*Raízes: filamentos que saem do corpo basal.
- Coordenam o movimento.
* Apresentam nove duplas de microtúbulos periféricos e uma dupla central.

Flagelos

*Normalmente grandes e em pequeno número.
*Ocorrência: protozoários e espermatozóides (locomoção), coanócitos.
*Componentes: idênticos aos dos cílios.
*Apresentam nove duplas de microtúbulos periféricos e uma dupla central.

Vacúolos

*Bolsas dilatadas do Retículo Endoplasmático
*Função básica: armazenamento de substâncias
*Tipos:
-Vacúolos alimentares: armazenam material englobado pela célula. Podem ser fagossomos ou pinossomos
-Vacúlos digestivos: fusão de um lisossomo com um vacúolo alimentar
-Vacúolos contráteis (pulsáteis): eliminam água em excesso e excretas em protozoários de água doce.
-Vacúolos de células vegetais:
> Pequenos e em grande número em células jovens.
> Esses vacúolos fundem-se e formam um grande vacúolo nas células adultas.
> Tonoplasto: membrana que envolve o vacúolo.
> Suco celular: conteúdo do vacúolo.
Funções:
-Acúmulo de reservas: glicose, óleo, vitaminas, hormônios, sais (às vezes formando cristais), proteínas, pigmentos etc.
-Osmorregulação.


SAIBA MAIS DETALHE DAS ORGANELAS CITOPLASMÁTICAS

Plastos








São organelas citoplasmáticas típicas das células vegetais. São dotadas de uma membrana que envolve um material interno amorfo, onde se dispersam outras membranas. De acordo com a coloração, podem ser classificados em:
· Leucoplastos - são plastos incolores, desprovidos de pigmentos, que se caracterizam por acumular substâncias nutritivas. Os leucoplastos, quanto ao tipo de reserva acumulada, recebem a denominação de amiloplastos (acumulam amido), oleoplastos (acumulam lipídios) e proteoplastos (acumulam proteínas).
· Cromoplastos - são plastos coloridos, portadores de pigmentos diversos. Entre os vários pigmentos encontradas nos plastos, destacam-se as clorofilas e os carotenóides. As clorofilas são os mais importantes pigmentos dos plastos. Têm a função de absorver a energia luminosa, indispensável para a ocorrência da fotossíntese. Os cromossomos, de acordo com a sua coloração podem ser classificados em:
· Eritroplastos (eritro = vermelho), plastos vermelhos cuja coloração se deve à predominância de carotenos.
· Xantroplastos (Xanto = amarelo), plastos amarelos, com predominância de xantofilas.
· Cloroplastos (cloro = verde), plastos verdes, com predominância de clorofilas.
· Os plastos vermelhos e os amarelos contribuem para a coloração de flores e frutos, fato que se acha relacionado com o mecanismo reprodutivo dos vegetais. Sem dúvida, os frutos coloridos atraem mais facilmente animais diversos, que, ao comê-los, naturalmente propagam a semente, ampliando a possibilidade de conquista de novos habitats. Os cloroplastos por sua vez são responsáveis pela realização da fotossíntese, importantíssimo fenômeno biológico pelo qual a energia luminosa é transformada em energia química, que fica acumulada em substâncias de alto teor energético, como as moléculas de glicose.
· Vista ao microscópio eletrônico, o cloroplasto revela a presença de uma membrana externa dupla, que envolve uma matriz incolor, basicamente protéica, denominada estroma. Nesse estroma existem ácidos nucléicos (DNA e RNA) e ribossomos. Isso, logicamente, sugere a presença de um sistema genético próprio dos cloroplastos, o que lhes confere uma autonomia relativa dentro da célula. Mergulhadas no estroma existem as lamelas lipoproteícas, placas achatadas que se formam a partir da membrana envolvente. As lamelas, por sua vez, organizam uma série de discos denominados tilacóides.
· Os pigmentos relacionados com a fotossíntese acham-se depositados no interior dos tilacóides, que se apresentam dispostos de maneira a organizar uma verdadeira "pilha de moedas", onde a "pilha" é denominada granum e cada "moeda" é um tilacóide. O conjunto de granum é denominada grana.

Mitocôndrias

São corpúsculos esféricos ou alongados que, nas micrografias eletrônicas aparecem constituídos por duas membranas, sendo a interna forma as cristas mitocondriais. O interior do organóide é preenchido pela matriz mitocondrial. Tendo a função de sede de duas importantes etapas da respiração celular: Ciclo de Krebs (matriz) e cadeia respiratória (cristas). Possuindo como composição química proteínas, citocromos nucleotídeos (ADP, ATP, FAD, NAD e NADP) e DNA. As mitocôndrias e cloroplastos são capazes de autoduplicação, o que justifica pela presença de ácidos nucléicos. Essas organelas movimentam-se de forma passiva ou de forma ativa, isto é , por movimentos próprios. É comum, a presença de muitas mitocôndrias em regiões da célula com alta atividade metabólica.

Ribossomos

É formado por duas subunidades de tamanhos diferentes, visíveis apenas ao microscópio eletrônico. Tem como função a síntese protéica, encadeando os aminoácidos de acordo com a seqüência contida no RNA mensageiro. É formada por RNAr e proteínas.

Retículo Endoplasmático

Rede de vesículas e túbulos que se intercomunicam, percorrendo o citoplasma dos eucariontes. Há dois tipos de retículo endoplasmático: o rugoso ou granular e liso ou agranular. Estudos realizados a partir do microscópio eletrônico revelam que, provavelmente, o retículo endoplasmático liso apresenta a seguintes funções:
· Aumenta a superfície interna da célula, o que amplia o campo de atividade das enzimas, facilitando a ocorrência de reações químicas necessárias ao metabolismo celular.
· Facilita o intercâmbio de substâncias entre a célula e o meio externo.
· Auxilia a circulação intracelular, por permitir um maior deslocamento de partículas de uma região para outra do citoplasma.
· Armazena substâncias diversas, retiradas do hialoplasma, no interior de certas cavidades.
· Regula a pressão osmótica, uma vez que as substâncias armazenadas podem determinar a alteração da concentração do suco celular.
· Produz lipídios, principalmente esteróides.
Transporte e armazenamento de substâncias. Síntese de proteínas no retículo rugoso e de esteróides no liso. Fosfolipídeos e proteínas.

Golgiossomos ou Dictiossomos

É constituído por uma pilha de vesículas circulares achatadas e vesículas esféricas e menores que brotam das primeiras. São formados por fosfolipídeos e proteínas. O complexo de Golgi aparece geralmente fragmentado e se mostra disperso pelo hialoplasma. Tem como função:
· a concentração e secreção de proteínas: Como a síntese de proteína na célula ocorre no retículo endoplasmático rugoso, muitas dessas proteínas migram até o complexo de Golgi, e são armazenadas no interior de suas vesículas. Por isso, endente-se o fato de o complexo de Golgi ser especialmente bem desenvolvido em células que têm alta atividade na síntese protéica.
· síntese de polissacarídeos e lipídeos. No complexo de Golgi, os monossacarídeos dos alimentos são polimerizados, formando-se, então, polissacarídeos.
· produção de grãos de zimógeno
· formação do acrossomo do espermatozóide. Pois o acrossomo é uma estrutura que se situa na cabeça dos espermatozóides, e forma-se a partir do acoplamento do complexo de Golgi com o núcleo do espermatozóide. O acrossomo contém enzimas que têm a função de promover a perfuração do invólucro do óvulo por ocasião da fecundação.
O retículo endoplasmático rugoso apresenta, justapostos ao longo das membranas, números grânulos denominados ribossomos. Estes são constituídos de ribonucleo-proteínas, e estão pode desempenhar todas as funções atribuídas ao retículo liso, alem de promover a síntese protéica.

Lisossomos


São organelas esféricas envolvidas por uma membrana e contendo enzimas digestivas. Agem na digestão de partículas ingeridas pela célula ou então, de organóides celulares envelhecidos. São formados por enzimas digestivas.


Centríolo

Cada célula apresenta dois centríolos localizados junto ao núcleo. Cada centríolo é constituído por um cilindro de microtúbulos. Os centríolos não aparecem nas células de vegetais superiores. Nas células dos vegetais inferiores e nas células animais, relacionam-se com o processo de divisão celular. Os centríolos também estão relacionados com a formação e coordenação do movimento dos cílios e flagelos. São formados por proteínas, carboidratos, lipídeos, DNA e RNA.






Vacúolos

São estruturas freqüentes nas células vegetais. Nas células jovens, os vacúolos são pequenos e numerosos. A medida que a célula vai crescendo, os vacúolos se fundem. Assim, na célula adulta é comum a presença de um único e volumoso vacúolo, que ocupa, geralmente, uma posição central, deslocando o núcleo para a parte periférica da célula. Os vacúolos são verdadeiras bolsas delimitadas externamente por uma membrana lipoprotéicas denominadas tonoplasto. No interior do vacúolo encontra-se o suco Vacuolar, isto é, uma solução aquosa que pode conter açucarares, óleos, sais, pigmentos e outras substâncias. Apresentam a função de armazenamento de sais e outras substâncias, e regulação osmótica.

Núcleo

Desempenha, nas células, papel de portador dos fatores hereditários e de controlador das atividades metabólicas. Além de ser extremamente essencial para a manutenção das atividades normais de uma célula, que permitem a sua sobrevivência e reprodução. Quando se considera a estrutura do núcleo, é necessário estabelecer a fase em que a célula se encontra. Isso porque a estrutura nuclear varia, conforme a célula esteja ou não em divisão. Assim, consideraremos, inicialmente, uma célula em intérfase, isto é, uma célula que não está se dividindo.
O núcleo interfásico, apresenta os seguintes componentes:
· Carioteca ou cariomembrana - Essa estrutura envolve o conteúdo nuclear. Acha-se em comunicação direta com o retículo endoplasmático, é formada por duas membranas lipoprotéicas, entre as quais existe um espaço denominado perinuclear. A carioteca é dotada de numerosos poros, que permitem a comunicação entre o material nuclear e o citoplasma. Através desses poros ocorre o intercâmbio de substâncias diversas entre o núcleo e o citoplasma, inclusive macromoléculas. De maneira geral, quanto maior a atividade celular, maior é o número de poros da carioteca.
· Cariolinfa - Conhecida também como nucleoplasma ou suco nuclear, é uma massa incolor constituída principalmente de água e proteínas.
· Cromatina - representa o material genético contido no núcleo. Quimicamente, as cromatinas são proteínas conjugadas resultantes da associação entre proteínas simples e moléculas de DNA. A cromatina aparece, no núcleo interfásico, com o aspecto de um emaranhado de filamentos longos e finos, denominados cromonemas. O cromonema apresenta regiões condensadas chamadas de heterocromatinas, e regiões distendidas chamadas eucromatinas. Durante a divisão celular, os cromonemas espiralizam-se, tornando-se mais curtos e mais grossos. Podem, então, ser vistos individualmente e passam a ser chamados de cromossomos.
· Nucléolo - Trata-se de um corpúsculo esponjoso e desprovido de membranas, que se encontra em contato direto com o suco nuclear.

Adaptado de:

Imagens:
Professor: Vilson de Almeida Sousa
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quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Entenda mais sobre as células-tronco embrionárias

Células-tronco: o que são e para que servem

Elas são de diversos tipos e um verdadeiro tesouro, pois podem originar outros tipos de células e promover a cura de diversas doenças como o câncer, o Mal de Alzeimer e cardiopatias. Estamos falando das células-tronco, foco de discussões entre cientistas, leigos e políticos.

O fato é que a legislação brasileira sobre pesquisas com células-tronco de embriões humanos, já aprovada no Congresso Nacional, permite o uso dessas células para qualquer fim. Mas a lei de Biossegurança aguarda aprovação na Câmara dos Deputados. E muita polêmica ainda pode surgir, já que a Igreja e outros grupos são contra a utilização de células-tronco embrionárias.

Para explicar o que é e para que serve a célula-tronco, entre outros temas, Alexandra Vieira, farmacêutica e bioquímica, pesquisadora da Fundação Zerbini/INCOR, em São Paulo, concedeu esta entrevista exclusiva ao Terra. Confira!

O que são células-tronco?

De forma bem simplificada, células-tronco são células primitivas, produzidas durante o desenvolvimento do organismo e que dão origem a outros tipos de células. Existem vários tipos de células-tronco: 1. Totipotentes - podem produzir todas as células embrionárias e extra embrionárias; 2. Pluripotentes - podem produzir todos os tipos celulares do embrião; 3. Multipotentes - podem produzir células de várias linhagens; 4. Oligopotentes - podem produzir células dentro de uma única linhagem e 5. Unipotentes - produzem somente um único tipo celular maduro. As células embrionárias são consideradas pluripotentes porque uma célula pode contribuir para formação de todas as células e tecidos no organismo.

Para que servem as células-tronco?

Uma das principais aplicações é produzir células e tecidos para terapias medicinais. Atualmente, órgãos e tecidos doados são freqüentemente usados para repor aqueles que estão doentes ou destruídos. Infelizmente, o número de pessoas que necessitam de um transplante excede muito o número de órgãos disponíveis para transplante. E as células pluripotentes oferecem a possibilidade de uma fonte de reposição de células e tecidos para tratar um grande número de doenças incluindo o Mal de Parkinson, Alzheimer, traumatismo da medula espinhal, infarto, queimaduras, doenças do coração, diabetes, osteoartrite e artrite reumatóide.

Onde as células-tronco podem ser encontradas?

Em embriões recém-fecundados (blastocistos), criados por fertilização in vitro - aqueles que não serão utilizados no tratamento da infertilidade (chamados embriões disponíveis) ou criados especificamente para pesquisa; embriões recém-fecundados criados por inserção do núcleo celular de uma célula adulta em um óvulo que teve seu núcleo removido - reposição de núcleo celular (denominado clonagem); células germinativas ou órgãos de fetos abortados; células sanguíneas de cordão umbilical no momento do nascimento; alguns tecidos adultos (tais como a medula óssea) e células maduras de tecido adulto reprogramadas para ter comportamento de células-tronco.

Qual é a diferença entre célula-tronco embrionária e célula tronco adulta?

Célula-tronco embrionária (pluripotente) são células primitivas (indiferenciadas) de embrião que têm potencial para se tornarem uma variedade de tipos celulares especializados de qualquer órgão ou tecido do organismo. Já a célula-tronco adulta (multipotente) é uma célula indiferenciada encontrada em um tecido diferenciado, que pode renovar-se e (com certa limitação) diferenciar-se para produzir o tipo de célula especializada do tecido do qual se origina.

Por que é bom armazenar o sangue do cordão umbilical da criança?

Porque no cordão umbilical se encontra um grande número de células-tronco hematopoiéticas, fundamentais no transplante de medula óssea. Se houver necessidade do transplante, essas células de cordão ficam imediatamente disponíveis e não há necessidade de localizar o doador compatível e submetê-lo à retirada da medula óssea.

As células-tronco podem ajudar na terapia de quais doenças? Como os tratamentos são feitos?

Algumas doenças que seriam beneficiadas com a utilização das células tronco embrionárias são: Câncer - para reconstrução dos tecidos; Doenças do coração - para reposição do tecido isquêmico com células cardíacas saudáveis e para o crescimento de novos vasos; Osteoporose - por repopular o osso com células novas e fortes; Doença de Parkinson - para reposição das células cerebrais produtoras de dopamina; Diabetes - para infundir o pâncreas com novas células produtoras de insulina; Cegueira - para repor as células da retina; Danos na medula espinhal - para reposição das células neurais da medula espinal; Doenças renais - para repor as células, tecidos ou mesmo o rim inteiro; Doenças hepáticas - para repor as células hepáticas ou o fígado todo; Esclerose lateral amiotrófica - para a geração de novo tecido neural ao longo da medula espinal e corpo; Doença de Alzheimer - células-tronco poderiam tornar-se parte da cura pela reposição e cura das células cerebrais; Distrofia muscular - para reposição de tecido muscular e possivelmente, carreando genes que promovam a cura; Osteoartrite - para ajudar o organismo a desenvolver nova cartilagem; Doença auto-imune - para repopular as células do sangue e do sistema imune; Doença pulmonar - para o crescimento de um novo tecido pulmonar.

Os tratamentos são muito caros?

Sim. Para se ter uma idéia dos valores seguidos nos Estados Unidos, coleta e processamento das células do cordão umbilical custam U$ 1.325 e a estocagem anual das células em nitrogênio líquido U$ 95 por ano. Terapia celular para doadores autólogos, isto é, que usam sua própria medula óssea como fonte de células-tronco, aproximadamente U$ 80 mil e, se for transplante celular alogênico, isto é, de células provenientes de um doador compatível que não ele próprio, de U$ 90 mil a US$ 150 mil. A procura por um doador compatível varia de U$ 7 mil a U$ 9 mil.

No Brasil, onde já se faz tratamentos com células-tronco?

Aqui, os tratamentos com células-tronco são feitos apenas em grandes centros de pesquisa, como os grandes hospitais e somente para pacientes que assinam um termo de consentimento e concordam em participar desses estudos clínicos.

Recentemente, o Ministério da Saúde aprovou um orçamento de R$ 13 milhões em três anos para a pesquisa das células-tronco da qual participam alguns grandes hospitais brasileiros como o Instituto do Coração - SP, Instituto Nacional de Cardiologia de Laranjeiras - RJ, entre outros. Serão estudadas as cardiopatias chagásicas (decorrente da doença da Chagas), o infarto agudo do miocárdio, a cardiomiopatia dilatada e a doença isquêmica crônica do coração.

Como a terapia utiliza células-tronco autólogas, o estudo não sofre influência da Lei de Biossegurança, recém-aprovada no Senado. Além dessa grande pesquisa, o Brasil está investindo em terapia com células-tronco voltada a outras doenças, como é o caso da distrofia muscular, esclerose múltipla, câncer, traumatismo de medula espinhal, diabetes etc.

Qual é o futuro da terapia com células-tronco?

Alguns objetivos que seriam alcançados com a utilização da terapia com as células-tronco são: Compreensão dos mecanismos de diferenciação e desenvolvimento; Identificação, isolamento e purificação dos diferentes tipos de células tronco adultas; Controle da diferenciação de células-tronco para tipos celulares alvo necessários para o tratamento das doenças; Conhecimento para desenvolver transplantes de células-tronco compatíveis; Nos transplantes de células-tronco: demonstração do controle apropriado do crescimento, bem como a obtenção do desenvolvimento e função de célula normal; Confirmação dos resultados bem-sucedidos dos animais em seres humanos.

Quais são os argumentos dos cientistas, do ponto de vista ético, para defender o uso das células-tronco?

1. Células tronco embrionárias possuem o atributo da pluripotência, o que quer dizer que são capazes de originar qualquer tipo de célula do organismo, exceto a célula da placenta. 2. Sabe-se que 90% dos embriões gerados em clínicas de fertilização e que são inseridos em um útero, nas melhores condições, não geram vida. 3. Embriões de má qualidade, que não têm potencial de gerar uma vida, mantêm a capacidade de gerar linhagens de células-tronco embrionárias e, portanto, de gerar tecidos. 4. A certeza de que células-tronco embrionárias humanas podem produzir células e órgãos que são geneticamente idênticos ao paciente ampliaria a lista de pacientes elegíveis para tal terapia. 5. É ético deixar um paciente afetado por uma doença letal morrer para preservar um embrião cujo destino é o lixo? Ao utilizar células-tronco embrionárias para regenerar tecidos de um paciente não estaríamos criando uma vida?

Em quais países já é permitido usar células-tronco?

Inglaterra, Austrália, Canadá, China, Japão, Holanda, África do Sul, Alemanha e outros países da Europa.

FONTE: Redação Terra (www.terra.com.br)

Entenda o que são células-tronco embrionárias




As células-tronco embrionárias são consideradas esperança de cura para algumas das doenças mais mortais. Elas podem se converter em praticamente todos os tecidos do corpo humano. Entretanto, o método de sua obtenção é polêmico, já que a maioria das técnicas implementadas nessa área exige a destruição do embrião.

A forma mais comum de obtenção destas células ainda é por meio de embriões congelados. Nesta técnica, óvulos fertilizados em clínicas de reprodução assistida se desenvolvem até o estágio conhecido como blastocisto. Após chegar a este estágio, o embrião é destruído e as células-tronco são removidas.

Outra forma que também prevê a destruição do embrião é o procedimento conhecido como clonagem terapêutica. A técnica é a mesma utilizada para criar a ovelha Dolly.

Pelo procedimento, células adultas extraídas da pele humana tem sua carga genética (núcleo) retirada e fundido com um óvulo sem núcleo. O núcleo implantado no óvulo "oco" é então estimulado a se dividir, produzindo um blastocisto.

Até hoje, no entanto, nenhuma linhagem de células-tronco humana foi derivada dessa forma.

Ambas as técnicas recebem objeções de ativistas contrários ao direito ao aborto. Segundo eles, a destruição dos embriões representa a morte de uma forma de vida humana.

Alternativas

Uma nova técnica anunciada no ano passado utiliza células humanas adultas da pele para criar células-tronco embrionárias "induzidas".

A técnica, que ainda está em fase experimental, consiste em fazer com que as células da pele "voltem no tempo" e passem a agir como se fossem as versáteis células-tronco embrionárias, conseguindo posteriormente se diferenciar em outros tecidos do corpo.

Uma alternativa à utilização das células embrionárias é a utilização de células-tronco adultas derivadas de tecidos do organismo, como a medula óssea e cordão umbilical. Estas, no entanto, têm capacidade limitada de diferenciação.

Células adultas já são usadas em terapia experimental atualmente, no tratamento de algumas doenças como leucemias, mal de Chagas, diabetes e anemia falciforme.

Debate ético

Recentemente, cientistas norte-americanos anunciaram uma descoberta que, caso confirmada, pode pôr fim à polêmica envolvendo a utilização de células de embriões. Os pesquisadores afirmam ter conseguido produzir células-tronco embrionárias sem a necessidade de destruir o embrião.

O novo método consiste em retirar uma única célula do embrião --seguindo um procedimento utilizado em clínicas de fertilização in vitro para fazer diagnósticos de defeitos genéticos. A retirada é feita ainda nos estágios iniciais do embrião, quando ele é formado por poucas células.

De acordo com os pesquisadores, o método em geral não prejudica o embrião, que é congelado e supostamente pode ser utilizado em um futuro processo de fertilização.

É preciso ressaltar, entretanto, que a mesma empresa havia divulgado o mesmo feito em agosto de 2006, na conceituada revista "Nature". Porém, no mesmo ano os cientistas publicaram uma "correção" do artigo na revista, afirmando que os embriões utilizados na pesquisa foram, sim, destruídos.


FONTE: http://www1.folha.uol.com.br

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

OBJETIVO DO BLOG

Este blog foi criado com o objetivo de compartilhar informações sobre o mundo tão fascinante que é a Biologia.